Desde o seu lançamento, Baldur’s Gate 3 tem sido amplamente celebrado como um dos RPGs mais bem-sucedidos da última década. A produção da Larian Studios conquistou aclamação da crítica, quebras de recordes e um público apaixonado, além de provar que ainda há espaço para experiências single-player densas, imersivas e voltadas à narrativa. Com base em Dungeons & Dragons, o jogo também mostrou que é possível conciliar profundidade com acessibilidade.
Sucesso e influência: uma diferença fundamental
Em um episódio recente de seu podcast, Darrah foi direto ao afirmar que o sucesso de Baldur’s Gate 3 pode não se traduzir em uma mudança real na forma como RPGs são produzidos. “Impacto e vendas NÃO são a mesma coisa”, declarou.
“Baldur’s Gate 3 mudou o panorama em termos de quem estava disposto a encarar um RPG. Ampliou significativamente o escopo do gênero, o que é incrível. Mas acho que seu impacto na forma como os jogos são desenvolvidos será mais discreto do que as pessoas de fora da indústria poderiam esperar.”
Segundo ele, parte do motivo está nas circunstâncias únicas que favoreceram o projeto: “No caso de Baldur’s Gate 3, o que parece ser uma tempestade perfeita de fatores, trabalhando juntos, para fazer este jogo funcionar, alguns dos quais são externalidades que não são algo que outro estúdio pode replicar.”
Entre os exemplos, ele cita o uso da marca Dungeons & Dragons, o apoio financeiro robusto, a experiência de décadas em RPGs e uma base de fãs consolidada.
Darrah acredita que, por trás do brilho do jogo, há uma percepção equivocada sobre o que realmente é viável para outros desenvolvedores. “Executa com muito sucesso o que está tentando fazer, mas o que está tentando fazer não é algo que muitos outros jogos teriam permissão para fazer. Então, como resultado, não acho que terá o impacto que se esperaria de um jogo que vendeu tão bem quanto vendeu.”
O que Baldur’s Gate 3 fez que outros não farão
Para Darrah, um dos diferenciais de Baldur’s Gate 3 é justamente a liberdade criativa que a Larian Studios conseguiu conquistar. Isso permitiu decisões que muitos estúdios considerariam arriscadas, como ter um protagonista silencioso ou cortar cenas altamente cinematográficas em prol de mais escolhas para o jogador.
“Baldur’s Gate 3 é capaz de fazer coisas que, pelo menos do lado [dos desenvolvedores], parece que eles não conseguiriam fazer”, afirma.
Mesmo com o sucesso, o ex-produtor acredita que o jogo será visto como uma exceção dentro da indústria — uma conquista que poucos terão condições de tentar replicar. “Os desenvolvedores podem estar errados sobre o que podem fazer”, admite, mas reconhece que há um padrão de conservadorismo em muitos estúdios que limita o quanto estão dispostos a arriscar.
Embora não descarte completamente a influência de Baldur’s Gate 3 em futuros projetos, Darrah vê essa inspiração com ceticismo.
“Ele impacta, influencia… mas essa influência será atenuada por externalidades. A Larian fez o que muitos gostariam de fazer, mas poucos poderão.”
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Créditos Autor: Vika Rosa
Créditos Imagens: Reprodução Internet
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